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O Papa é mesmo infalível? (Infabilidade Papal)

Atualizado: 11 de jun. de 2018


É importante entendermos que o papa é aquele que mantém a Igreja de Cristo una. Ele detém o primado de Pedro, ou seja, ocupa o primeiro lugar dentre os demais bispos. Pedro era visto com autoridade máxima dentre os apóstolos de Cristo e várias passagens evidenciam esta responsabilidade dada por Jesus a ele. Exemplo:

“[...] Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Hades nunca prevalecerão sobre ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e o que desligares na Terra será desligado nos Céus.” (Mt 16, 17-19).

Veja que Cristo disse que seria sobre Pedro que ele construiria a sua Igreja e não sobre André, Tiago, ou outro apóstolo. Sobre isso, em 27 de maio de 2006, o papa Bento XVI no seu Encontro com os Jovens no Parque de Blonia na Polônia, discursou muito bem sobre a autoridade de Pedro na Igreja (o discurso completo pode ser lido no site do Vaticano aqui). Somente a Pedro Jesus deu as chaves do Reino dos Céus e tudo o que ele aprovasse na Terra seria aprovado nos céus e o que desaprovasse na Terra seria desaprovado nos Céus. Este é um dos fundamentos do dogma da Infabilidade Papal. Quando o papa, sendo sucessor de São Pedro, ensina algo no campo da fé e da moral, é aprovado nos céus, e quando aponta algo ruim para a Igreja, isso é desaprovado nos céus. Muitos não católicos apontam que pedra a qual Jesus se referia seria Ele mesmo. Sobre essa questão já temos um post falando sobre a fundação da Igreja sobre Pedro que você pode conferir aqui.

Sabendo que Pedro possuía autoridade máxima sobre os demais apóstolos, após a morte de Pedro, o mais lógico e coerente é que alguém continuasse a missão dada a ele por Jesus, para que ela tivesse continuidade, e que apenas um outro homem assumisse seu lugar (São Lino sucedeu Pedro) como bispo de Roma (lugar de sua última cátedra, de sua pregação e martírio). A Igreja de Roma era “a escolhida” para confirmar e fortalecer a fé das demais Igrejas (podemos averiguar isso em 1Pd 5, 13) e Jesus já havia dito antes que Pedro fortaleceria a fé dos demais irmãos (Lc 22, 31-32). A autoridade de Pedro é ainda confirmada por meio de outras passagens bíblicas:

  • O nome de Pedro sempre vem a frente, nas oito passagens bíblicas que citam os nomes dos apóstolos. Exemplo: Mt 10, 2;

  • Após ressuscitar, o primerio apóstolo a quem Cristo aparece é Pedro (Lc 24, 33-34; 1Cor 15,5);

  • Após o Pentecostes, Pedro ficou a frente da missão do anúncio da Boa-Nova (At 2,14);

  • Pedro presidiu o primeiro concílio da cristandade (Concílio de Jerusalém) e deixou claro que era o escolhido por Deus dentre os demais apóstolos no anúncio da Boa-Nova (At 15, 6-7).

Entendida a autoridade de Pedro e consequentemente do papa, vamos ao centro do post, a Infabilidade Papal. Trata-se do dogma (verdade de fé baseada em fatos bíblicos ou em clara consequência desses fatos) que afirma que quando se trata de assuntos de fé e moral, Pedro e seus sucessores jamais poderiam errar, ou seja, quando se pronuncia sobre fé e moral o papa jamais erra. É uma constatação que vem mediante o que foi dito pelo próprio Cristo na passagem de Mt 16, 17-19 anteriormente citada. Cristo se faz presente com sua Igreja que naquele momento surgia apenas com os apóstolos e que tinha Pedro como seu guardião. Além disso, Nosso Senhor afirma que ela jamais se corromperia: “as portas dos Hades nunca prevalecerão sobre ela”. O dogma vem de um raciocínio claro e direto, a partir de fatos e não de uma imposição teológica arbitrária como muitos creem. Todos os católicos podem errar em questões de fé e moral, exceto aquele que recebeu a função de guiar o povo, o papa. Podemos pensar: “como um homem normal pode ser infalível em algo?”. Sobre isso, Cristo nos recorda na Palavra: “Mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que vos disse” (Jo 14, 26). Por mérito do próprio Deus, o papa não erra em questões de fé e moral, pois é guiado pelo Espírito Santo. A Infabilidade Papal não é um autoritarismo, mas uma questão de coerência.

Dom Estêvão Bettencourt faz algumas observações sobre o dogma:

“1) A infalibilidade compete ao Pontífice enquanto é pessoa pública ou na medida em que tenciona exercer as funções de Chefe da Igreja universal (falando «ex cathedra», como se diz em linguagem técnica). (...)
2) O objeto da infalibilidade papal são apenas proposições de fé e de moral, isto é, verdades sobrenaturais que o cristão deve crer e preceitos que ele deve praticar. (...)
3) A assistência divina outorgada ao Pontífice quando fala «ex cathedra», em absoluto não dispensa os estudos que, segundo os critérios humanos, possam concorrer para se chegar à certeza sobre determinado assunto; é somente após numerosas pesquisas, consultas e orações que o Sumo Pontífice costuma proferir alguma definição. (...)
4) As definições do Romano Pontífice «ex cathedra» são por si mesmas irreformáveis ou infalíveis, não dependendo, para isto, da ratificação do episcopado ou dos fiéis.
5) Precisando ainda mais a doutrina, deve-se afirmar que a infalibilidade pontifícia não é senão uma das formas pelas quais se concretiza aquela infalibilidade que Jesus Cristo outorgou à sua Igreja, conforme Mt 18, 18; 28, 18-20; Mc 16, 15s.20; Lc 10, 16; Jo 16, 13.16s.26. (...)”

Nas referências dadas no final do post você pode conferir outros artigos de Dom Estêvão falando sobre a questão da infabilidade, bem como seus fundamentos, a definição do dogma e as definições ex cathedra, bem como um vídeo do Padre Paulo Ricardo falando sobre o primado de Pedro e o papa.

Esperamos que tenham compreendido melhor a questão da infabilidade papal. Que a paz de Cristo e o amor de Maria esteja com cada um de vocês! Paz e Sonho!


FONTES:

  • BETTENCOURT, Estêvao. Infalibilidade Papal e Definições “Ex-Cathedra”. Revista Pergunte e Responderemos, n. 381, fevereiro, 1994. Disponível em: <http://www.pr.gonet.biz/kb_read.php?pref=htm&num=617>. Acesso em: 04 jun, 2018.

  • BETTENCOURT, Estêvao. Não é absurdo afirmar que o Papa é infalível? Revista Pergunte e Responderemos. Fevereiro, 1959. Disponível em: <http://www.pr.gonet.biz/kb_read.php?pref=htm&num=1928>. Acesso em: 04 jun, 2018.

  • VARELA, Alexandre; VARELA, Varela. As grandes mentiras sobre a Igreja Católica – Desvende os mitos sobre o catolicismo. 1 ed. São Paulo: Editora Planeta, 2016, pp. 93-97.108-111.

  • YOUTUBE. 28 – A Resposta Católica: Pedro e o Primado Papal. Disponível no canal do Padre Paulo Ricardo em: <https://www.youtube.com/watch?v=RghqJtfjaWg>. Acesso em: 04 jun, 2018.

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